É claro que um filme sobre determinado artista atrai quase que somente seus fãs. Mas sempre vale à pena dar uma conferida e deixar de lado preconceitos. Não sou fã do Justin Bieber ou de Zezé Di Camargo & Luciano, mas os filmes deles são bons e dão uma nova dimensão pelo menos quanto à pessoa deles (a opinião musical é que dificilmente muda). Confesso que como oitentista assumido tenho mais aceitação ao pop rock no qual a sempre simpática e colorida Katy Perry se enquadra, e chega agora aos cinemas em 3D com o filme Part of Me. Com o recorde de cinco hits de um mesmo disco emplacados em primeiro lugar nas paradas norte-americanas (feito único para uma cantora e só atingido por Michael Jackson) ela inscreveu seu nome no Olimpo da pop music. Ou seja, é preciso respeitar esta californiana, filha de pregadores religiosos, que aos 27 anos se revela ainda uma menina de cativantes olhos azuis, com sonhos de contos de
fadas e uma visão até infantilizada (é verdade que com toques sensuais) retratada nos seus cenários. Sua música basicamente traz aflições de adolescente, seu grande público, como o próprio título do disco Teenage Dreams escancara. Musicalmente ela segue a bíblia dos ícones pop, com canções que lembram da roqueira setentista Joan Jett à maluquete oitentista Cindy Lauper (e isso vale para o seu visual também, dos cabelos escorridos negros aos atuais coloridos), e com um tom de voz que lembra cantoras como a canadense Alanis Morrisette, a qual ela inclusive cita no filme como inspiração e que também se lançou como uma rebelde letrista adolescente.